“Trata-se de uma estimativa dramática, mas muito realista com base no prolongamento
da pandemia no Brasil e na deterioração da atividade econômica e da renda dos
consumidores”, afirmou o Presidente da Anfavea, Luiz Carlos Moraes. A perspectiva
de produção é lastreada num mercado interno projetado de 1.675 milhão de unidades
vendidas no ano (queda de 40%) e uma exportação de 200 mil unidades (queda de
53%), além de levar em conta a variação de estoques e as importações de veículos.
Com o licenciamento de 132,8 mil unidades em junho, o acumulado do semestre foi de
808,8 mil autoveículos, recuo de 38,2% sobre o mesmo período de 2019. As
exportações em junho fecharam em 19,4 mil unidades, totalizando 119,5 mil no
semestre, uma queda de 46,2%.
Caminhões e máquinas caem menos
O setor de caminhões também foi fortemente afetado pela pandemia, embora as
quedas não tenham sido tão drásticas quanto as dos veículos leves. A produção no
semestre (34,8 mil) foi 37,2% menor em relação ao mesmo período do ano passado.
Os licenciamentos (37,9 mil) recuaram 19,1%, enquanto as exportações (4,8 mil)
encolheram 19,2%.
Parte do alívio nas vendas de caminhões deve ser creditada aos bons resultados da
safra agrícola, que também ajudou o setor de máquinas a não sofrer tanto com os
efeitos da pandemia. A produção acumulada no semestre (19,1 mil) foi 22,6% inferior à
dos seis primeiros meses de 2019. Já as vendas de 19,6 mil máquinas caíram apenas
1,3% no primeiro semestre, enquanto as exportações (4,2 mil) tiveram retração de
31%.
“A situação geral da indústria automotiva nacional é de uma crise maior que as
enfrentadas nos anos 80, 90 e essa mais recente de 2015/16. Ela veio num momento
em que as empresas projetavam um crescimento anual de quase 10%. Um recuo
dessa magnitude no ano terá impactos duradouros, infelizmente. Nossa expectativa é
que apenas em 2025 o setor retorne aos níveis de 2019, ou seja, com atraso de seis
anos”, avaliou Luiz Carlos Moraes.
Assessoria de Comunicação Anfavea
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