29 julho 2020

A estampagem no cinema! Filme 8 Mile (Rua das Ilusões, no Brasil), de 2002

Este post, originalmente publicado no blog FormingWorld (https://formingworld.com/), refere-se a 8 Mile, o premiado filme de 2002 estrelado pelo mundialmente famoso astro do hip-hop Eminem.

Vamos ser sinceros, o processo de estampagem não é nada "pop" e nunca será um tema corrente de Hollywood. No entanto, ele é apresentado em vários filmes, alguns dos quais podem ter escapado sem que você perceba e realmente apresenta operações de estampagem de chapas de metal genuínas!

8 Mile, um dos filmes de hip hop mais marcantes da era dos anos 2000, completará 18 anos este ano. O filme da Universal Pictures, considerado em grande parte uma história sobre os limites que definem nossas vidas, e a luta de um jovem para encontrar forças para transcendê-los, apresenta uma planta de estamparia em Detroit, onde o personagem principal é empregado. Durante o filme, ele trabalha estampando partes estruturais de carrosserias automotivas!

O personagem de Eminem, Jimmy, conhecido como "Rabbit", compete em batalhas verbais no estilo livre contra rappers negros em um clube local. Como Eminem, Rabbit está com raiva da vida, de sua mãe (interpretada por Kim Basinger) e de si mesmo por perder sua chance de vomitar no palco diante de uma platéia ao vivo.

O personagem de Eminem no filme trabalha em uma fábrica chamada "Detroit New Stamping" (que existe realmente) produzindo peças. Isso é retratado como o epítome de um trabalho de classe baixa, tedioso, chato, irracional e robótico. Ele parece literalmente pressionar um grande botão vermelho, repetidamente.

A cena abaixo mostra seu papel de estampagem de chapa em 1:28 minutos. Curiosamente, a partir de 1:40 minutos, você vê uma enorme rechadura na peça que eles produzem! 



Veja o post completo no blog FormingWorld:

11 julho 2020

Inovação no projeto de ferramentas de estampagem - A competência em Ferramentaria na Audi

Para quem acha que a ferramentaria chegou em seu máximo de desenvolvimento, lamento dizer que está enganado. Existe muito potencial para inovação no projeto de estruturas, por exemplo. 

O vídeo abaixo (acesso via link) mostra como os engenheiros da Audi estão desenvolvendo estruturas orgânicas em suas ferramentas, conseguindo reduções de peso e tempo de fabricação significativas.






07 julho 2020

Produção de autoveículos cai pela metade no primeiro semestre. Anfavea projeta queda de 45% no ano e uma lenta retomada até 2025

São Paulo, 06 de julho de 2020 – A Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) apresentou o balanço da indústria automobilística nos seis primeiros meses do ano. Com fortíssimo impacto da pandemia de Covid-19 nos últimos três meses, a produção acumulada de 729,5 mil veículos representou uma queda de 50,5% na comparação com o primeiro semestre de 2019. Em junho, a produção de 98,7 mil unidades foi 129,1% superior à de maio, mas 57,7% inferior à de junho do ano passado. Com esses dados e com base nas expectativas econômicas do país para o segundo semestre, a associação projeta produção de 1.630 milhão de automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus em 2020, volume 45% inferior ao de 2019. 

“Trata-se de uma estimativa dramática, mas muito realista com base no prolongamento da pandemia no Brasil e na deterioração da atividade econômica e da renda dos consumidores”, afirmou o Presidente da Anfavea, Luiz Carlos Moraes. A perspectiva de produção é lastreada num mercado interno projetado de 1.675 milhão de unidades vendidas no ano (queda de 40%) e uma exportação de 200 mil unidades (queda de 53%), além de levar em conta a variação de estoques e as importações de veículos. Com o licenciamento de 132,8 mil unidades em junho, o acumulado do semestre foi de 808,8 mil autoveículos, recuo de 38,2% sobre o mesmo período de 2019. As exportações em junho fecharam em 19,4 mil unidades, totalizando 119,5 mil no semestre, uma queda de 46,2%.

Caminhões e máquinas caem menos

O setor de caminhões também foi fortemente afetado pela pandemia, embora as quedas não tenham sido tão drásticas quanto as dos veículos leves. A produção no semestre (34,8 mil) foi 37,2% menor em relação ao mesmo período do ano passado. Os licenciamentos (37,9 mil) recuaram 19,1%, enquanto as exportações (4,8 mil) encolheram 19,2%. Parte do alívio nas vendas de caminhões deve ser creditada aos bons resultados da safra agrícola, que também ajudou o setor de máquinas a não sofrer tanto com os efeitos da pandemia. A produção acumulada no semestre (19,1 mil) foi 22,6% inferior à dos seis primeiros meses de 2019. Já as vendas de 19,6 mil máquinas caíram apenas 1,3% no primeiro semestre, enquanto as exportações (4,2 mil) tiveram retração de 31%.

“A situação geral da indústria automotiva nacional é de uma crise maior que as enfrentadas nos anos 80, 90 e essa mais recente de 2015/16. Ela veio num momento em que as empresas projetavam um crescimento anual de quase 10%. Um recuo dessa magnitude no ano terá impactos duradouros, infelizmente. Nossa expectativa é que apenas em 2025 o setor retorne aos níveis de 2019, ou seja, com atraso de seis anos”, avaliou Luiz Carlos Moraes.

Assessoria de Comunicação Anfavea 

PROGRAMA ROTA 2030: Pesquisa para Mapeamento das Ferramentarias Brasileiras




06 julho 2020

CARACTERIZAÇÃO EXPERIMENTAL DO AÇO 22MNB5 NA ESTAMPAGEM A QUENTE DE PEÇAS AXIAIS




RESUMO
Os aços baixo carbono ao boro, tais como, 22MnB5, 27MnCrB5, e 37MnB4, constituem a única classe de aço capazes de formar uma microestrutura totalmente martensítica após a estampagem a quente quando uma ferramenta refrigerada é utilizada. Entretanto, o aumento na resistência mecânica obtida com esses aços prejudicou a estampabilidade e limitou a estampagem de componentes de geometrias axiais. Neste estudo são caracterizados aspectos geométricos e microestruturais do aço 22MnB5 quando estampado para fabricação de peças de geometria axial. São analisados diferentes valores de raio do punção e da matriz, força de estampagem, a variação de espessura na chapa estampada, a temperatura de conformação e a influência da temperatura na microestrutura e microdureza. Resultados mostram que é necessária a utilização de raios mínimos de 8 mm para o punção e a matriz, 7 s de aquecimento da geratriz a 1100ºC, e que não é possível a formação de microestrutura 100% martensítica com a utilização do ferramental à temperatura ambiente.

03 julho 2020

E a indústria automotiva tradicional dormiu no ponto...

O artigo abaixo, escrito pelo Dr. Peter Mertens, ex-Head de P&D da Audi (ex-membro dos conselhos de Audi, VW, Land Rover e Volvo), em forma de desabafo, relata de forma contundente como a indústria automotiva tradicional foi ultrapassada por uma empresa de software (a Tesla), deixou de ser líder mundial e ainda luta para tentar recuperar o terreno. As notícias veiculadas recentemente, de que a Tesla ultrapassou todas as outras em valor de mercado, só vem a confirmar isso.

O texto trás muitas lições importantes. Entre elas, o que me chamou a atenção:

- Estamos na era da tecnologia da informação e qualquer produto por melhor que seja precisa estar integrado e conectado. A inteligência do sistema, o software, é o centro a partir do qual as características do produto se desdobram, permitindo assim atualizações e melhorias. Elon Musk, com a Tesla, criou uma arquitetura totalmente nova para seus veículos, permitindo updates e melhorias de desempenho através do download de atualizações que, como num passe de mágica, melhoram a performance ou adicionam funcionalidades ao produto. Criou assim uma ponte entre usuário e fabricante, através da qual fluem dados do perfil de uso do produto em uma direção e melhoria de funcionalidades na outra. E o "asset" mais valioso atualmente é justamente esse: nosso perfil de comportamento.

- Com a crescente "terceirização" do desenvolvimento de praticamente todos os sub-sistemas para fornecedores TIER1, as indústrias automobilísticas perderam as rédeas do próprio produto. É um exemplo de má gestão do conhecimento da própria empresa. Apesar de essa política ter trazido reduções de custo significativas ao longo dos anos, as marcas foram gradativamente perdendo a capacidade de se reinventar, de inovar de forma disruptiva, pois cada fornecedor precisa fazer exatamente o que a matriz solicita. Integrar sistemas concebidos por dezenas e até centenas de fornecedores em separado é uma desafio gigantesco. A consequência é que mesmo após 10 anos tentando recuperar terreno em relação à Tesla, os concorrente estão hoje no nível em que ela estava em 2012. 

- Como a formação básica original dos gestores influencia nas suas visões para o negócio e nas decisões que são tomadas no direcionamento de companias baseadas em tecnologia.

Como alcançar o sucesso sem entender o desafio?

"Dormimos (…) vai ser sangrento!"







No Brasil estamos bem distantes das pequenas grandes revoluções que a Tesla tem trazido ao mundo automotivo. Para um melhor entendimento, o artigo abaixo, da Forbes, resume bem a questão e corrobora as afirmações do Dr. Mertens acima.