CONFORMAÇÃO DE CHAPAS, também conhecido como ESTAMPAGEM é um dos maiores ramos da CONFORMAÇÃO. Como o próprio nome diz, a matéria prima é uma chapa metálica, sendo que esta pode ser de aço, alumínio, cobre, magnésio, titânio, e por aí vai. Os tipo de chapas mais utilizadas são as de aço em primeiro lugar. Depois vem as de alumínio, cobre e outros.
As chapas
metálicas, matéria-prima dos processos de estampagem, são produtos semi-acabados originados de um metal conformado
por laminação até a obtenção de peças planas (laminados planos), onde uma das
dimensões é muito menor do que as outras duas. É uma das matérias-primas
fundamentais da conformação de metais, podendo ser cortada, dobrada e
conformada nas mais variadas formas. Quanto
à espessura as chapas podem variar bastante, sendo que a partir de 12,5 mm são
consideradas placas. Quando a espessura é muito fina fala-se em folhas (p.ex.
folhas de alumínio para uso doméstico).
Chapas metálicas possuem a vantagem de possuir alto módulo de
elasticidade aliado a alta tensão de escoamento, de forma que as peças
produzidas apresentam boa rigidez aliada a uma boa relação resistência/ peso.
Quem mais utiliza peças de chapas é a indústria da mobilidade. Carros, caminhões, aviões, etc., aproveitam a principal vantagem de um componente feito de chapa: sua excelente relação entre peso e resistência mecânica. Estruturas feitas a partir de chapas conseguem ser leves e ao mesmo tempo resistentes. Além disso, processos de estampagem permitem uma alta produtividade, o que faz com que o custo de produção de cada peça seja reduzido. Ou seja, uma peca estampada consegue aliar alta qualidade geométrica e estrutural com um baixo custo. Isso explica porque os processos de conformação de chapas são indispensáveis para o mundo moderno, estando presente por todo o lado.
Algumas aplicações de processos de conformação de chapas |
Processos de conformação de chapas são executados industrialmente em equipamentos tipo máquina-ferramenta. A máquina provê a força e o movimento necessários para executar o processo e como regra são utilizadas prensas de vários tipos. A ferramenta difere de peça para peça e tem a função de dar a forma desejada à matéria-prima, no caso a chapa.
É possível dividir os processos de estampagem em QUATRO tipos básicos, que correspondem às principais técnicas industriais usadas hoje na fabricação de componentes de chapa, conforme a Figura abaixo:
Principais técnicas de estampagem. |
Esses quatro termos técnicos são aceitos amplamente na literatura técnico-científica e permitem diferenciar o que acontece com a chapa em cada situação de conformação. Além disso, é possível analisar 99% de todas as pecas estampadas em função desses quatro processos. Poderia-se usar uma metáfora, dizendo que eles constituem os tijolos que constituem o DNA de uma peça estampada. Qualquer peca conformada de chapa terá no minimo um deles, mas na maioria das vezes uma combinação dos quatro. A propósito, o corte não é um processo de conformação e sim de separação. Entretanto ele é listado sempre junto com os outros, pois é preciso dominar a técnica de corte se é que se deseja fazer alguma conformação. Afinal, toda a chapa precisa ser cortada. Sem exceções.
Aqui é apropriado abrir um parênteses e falar um pouco sobre termos técnicos e termos usados no linguajar popular. Também as área técnicas estão sujeitas a regionalismos, e é importante clarear bem o significado de cada termo. Um exemplo é o termo "estampo", utilizado em algumas regiões como sinônimo de corte. Estampo pode ser também entendido como a ferramenta de estampagem em geral, não importando o processo que ela vai realizar. Seria similar ao termo "die" do inglês. Outro termo muito usado é "repuxo", normalmente significando alguma conformação que a chapa vai sofrer. É um termo bastante generalista, que englobaria algo como "embutimento e estiramento e dobra" juntos. "Repuxo" também é usado como sinônimo de "embutimento profundo". Enfim, certamente existem outras interpretações, o importante é ter certeza que a ideia que seu colega, cliente, fornecedor, etc. deseja transmitir seja entendido de forma correta. Fecha parênteses.
A principal diferença entre os quatro processos citados acima está na forma como a chapa é submetida às forças que a ela são impostas pela ferramenta. Isso pode ser entendido analisando-se o sentido das tensões que atuam em cada situação. Abaixo vai uma breve e simplificada descrição dos processos e respectivos estados de tensões reinantes na zona de conformação em cada caso.
Estiramento:
Estiramento é o processo de
conformação de chapas com punção rígido no qual a borda da chapa permanece
fixa durante o processo, não havendo fluxo de material para entre matriz e
prensa-chapas. A conformação se dá puramente as
custas da espessura da chapa e sob tensões de tração.
Processo de estiramento puro. Tensões atuantes na zona de conformação: tração x tração. A chapa não flui para a cavidade da matriz e o aumento da superfície é resultado da redução da espessura. |
Embutimento:
Embutimento é o processo de
conformação de chapas com punção rígido, no qual a chapa é total ou parcialmente deslocada para
dentro da matriz durante o processo, havendo fluxo de material entre matriz e
prensa-chapas. A espessura da chapa tende a
permanecer constante (na média), pois tensões de tração e compressão ocorrem
simultaneamente na região de conformação.
Dobramento:
Processo de dobra. Tensões atuantes na zona de conformação: tração x compressão. A chapa é tracionada na região externa da dobra e comprimida na região interna. |